Stable News é a curadoria semanal da Lumx, dedicada a destacar os principais movimentos em stablecoins, infraestrutura digital e pagamentos globais.
A semana foi marcada por avanços regulatórios relevantes, novas teses de adoção “invisível”, movimentos estratégicos de players como Tether e Circle e, aqui na Lumx, dois conteúdos essenciais para entender para onde o mercado está caminhando.
Tempo de leitura: 6 minutos
Um giro pela Lumx
Stable Talks S02E04: The rise of non-USD stablecoins
O novo episódio do Stable Talks, powered by Bitso Business, explora uma tendência que ganha força: a ascensão das stablecoins lastreadas em moedas locais.
Com mediação de Julián Colombo (Bitso) e participação de Ben Reid, Head de Stablecoins na Bitso e GM da Juno, o episódio discute por que MXNB (peso mexicano) e BRL1 (real brasileiro) estão se tornando alternativas concretas ao domínio do dólar on-chain.
Entre os pontos tratados:
A dor real que moedas locais resolvem para empresas que atendem Brasil e México
Como payroll, acesso a mercado, hedge operacional e tesouraria estão adotando stablecoins não-USD
O papel de regulações como Genius Act, MiCA e frameworks do Brasil e México
A arquitetura de stablecoins-as-a-service e os riscos de fragmentação
Um episódio essencial para entender a próxima fase da infraestrutura de pagamentos na América Latina.
Lumx no podcast Future of Money
A Lumx participou novamente do podcast Future of Money, mediado por Mariana Silva, em uma conversa sobre a jornada da empresa: da época de NFTs ao período de bear market, até sua reinvenção como infraestrutura para stablecoins.
Os temas abordados incluíram:
Por que stablecoins representam o verdadeiro product-market fit do universo cripto
Como empresas usam stablecoins para reduzir custos operacionais e ganhar eficiência
Como a Lumx entrega liquidação instantânea, integração bancária e compliance como pilares
Uma conversa sobre resiliência, visão de longo prazo e a construção dos trilhos financeiros da próxima década.
As principais notícias da semana
A próxima onda de stablecoins será invisível, diz CEO da Transak
A Transak, conhecida pelo botão de “buy crypto” integrado a grandes wallets, entra em uma nova fase: infraestrutura de stablecoins que opera totalmente em segundo plano, sem que o usuário perceba que está usando cripto.
O CEO Sami Start afirma que o futuro será white-label, com APIs modulares embutidas em apps tradicionais, de carteiras digitais a plataformas de remessa.
A tese:
Stablecoins como camada de liquidação, enquanto a experiência permanece com a marca do app, não da empresa cripto.
O conceito de “stablecoin sandwich” também ganha força:
A Transak cuida do onboarding em um país, da conversão em outro, tudo sem que o usuário veja um “saldo em stablecoins”.
Por que isso importa:
✅ A adoção real começa quando o usuário nem percebe que está usando cripto.
✅ Stablecoins deixam de ser produto e tornam-se infraestrutura, a API do dinheiro.
✅ Players tradicionais adotando stablecoins ampliam o mercado de forma exponencial.
Brasil deixa claro: stablecoins passam a ser tratadas como câmbio
O Banco Central publicou as Resoluções 519, 520 e 521, inaugurando uma categoria regulatória para empresas de ativos virtuais e estabelecendo uma mudança crucial:
stablecoins usadas para pagamentos ou transferências passam a ser classificadas como operações de câmbio.
Isso implica:
Exchanges e brokers deverão seguir regras de FX
Interações com wallets de autocustódia exigirão identificação de titularidade
Transferências internacionais com stablecoins terão limites quando enviadas a entidades não licenciadas
A nova categoria SPSAV cria uma licença formal para players cripto no Brasil
A mudança ocorre enquanto avança o projeto de lei que permite converter cripto confiscado em moeda nacional durante investigações.
Por que isso importa:
✅ O Brasil deixa claro que stablecoins são dinheiro, e seguem regras de câmbio.
✅ O país avança para um modelo de supervisão semelhante ao de mercados desenvolvidos.
✅ Players pequenos precisarão se adequar a padrões bancários, alterando a dinâmica competitiva.
Tether acelera expansão e entra pesado em trade finance
Paolo Ardoino revelou que a Tether já movimentou US$ 1,5 bilhão em crédito para traders de commodities, em cash e em USDt, e pretende expandir de forma significativa.
A operação inclui:
Crédito para compra e transporte de commodities
Soluções de financiamento de cadeia de suprimentos
Conexões com ouro tokenizado e iniciativas de IA
Com quase US$ 184 bilhões em circulação, a Tether se torna um dos players mais lucrativos por funcionário no setor financeiro e reforça seu posicionamento como financiadora global.
Por que isso importa:
✅ A fronteira entre emissores e instituições financeiras tradicionais está desaparecendo.
✅ A Tether transforma seu balanço em motor de novos mercados — especialmente fora dos EUA.
✅ Trade finance se torna porta de entrada para adoção institucional em larga escala.
Fed: stablecoins podem reduzir juros nos EUA
Stephen Miran, governador do Federal Reserve, afirmou que a crescente demanda global por stablecoins pode reduzir a taxa neutra da economia americana.
A lógica:
stablecoins aumentam a compra internacional de Treasuries, elevando demanda por ativos seguros, o que comprime yields.
Projeções do próprio Fed sugerem que o mercado pode chegar a US$ 3 trilhões em cinco anos.
Por que isso importa:
✅ Stablecoins passam a influenciar a macroeconomia, não apenas o mercado cripto.
✅ O Fed reconhece oficialmente o impacto estrutural do setor.
✅ Regulações como o Genius Act aceleram a adoção institucional.
Circle mira o maior mercado financeiro do mundo com FX on-chain
A Circle anunciou o StableFX, plataforma institucional de câmbio construída sobre o Arc1, sua nova blockchain própria.
Objetivo:
Levar FX para on-chain
Liquidação 24/7
Menos intermediários
Menor risco de contraparte
Maior acesso à liquidez global
O mercado de FX movimenta US$ 9,6 trilhões por dia, mais que todos os mercados acionários somados.
Além disso, lançou o programa Partner Stablecoins, voltado a emissores regulados locais.
Por que isso importa:
✅ FX é o maior mercado do planeta, e agora está indo para blockchain.
✅ A Circle se posiciona como infraestrutura global, não apenas emissora de USDC.
✅ TradFi e cripto convergem de forma cada vez mais explícita.
A semana mostrou com clareza que estamos entrando em uma nova fase da infraestrutura digital:
as stablecoins começam a desaparecer da superfície, tornando-se invisíveis para o usuário, mas centrais no back-end das transações globais.
Enquanto isso:
O Brasil passa a tratar essas operações com a mesma seriedade do mercado de câmbio tradicional
Emissores disputam espaço com instituições financeiras estabelecidas
O Federal Reserve reconhece o impacto macroeconômico
A Circle tenta reposicionar o mercado de FX para dentro do on-chain
Em meio a tudo isso, a Lumx segue firme na missão de conectar empresas a uma economia mais líquida, eficiente e verdadeiramente global.
Até a próxima edição.







