No quinto episódio da 2ª temporada do Stable Talks powered by Bitso Business, Caio Barbosa (Co-Founder & CEO da Lumx) e Julián Colombo (Senior Director, South America na Bitso) recebem Thomaz Teixeira, CEO da BRL1, para uma conversa profunda sobre por que o Real brasileiro está emergindo como um dos candidatos mais fortes para infraestrutura on-chain.
Thomaz constrói stablecoins desde 2019 e trabalhou diretamente com Mercado Bitcoin, Stellar, CVM e o programa LIFT do Banco Central. Sua experiência oferece uma visão rara de bastidores sobre o que realmente significa colocar uma moeda local on-chain — da regulação à liquidez, passando pelo desenho de mercado.
🎧 Ouça o episódio completo abaixo ou acompanhe os principais destaques a seguir.
Destaques da conversa
1. Por que o mundo precisa de um stablecoin em BRL?
“Se eu penso e opero em BRL, por que preciso segurar USD on-chain?”
— Thomaz Teixeira
Thomaz explica que a tese de valor reflete os primeiros casos de uso do USDT:
Brasileiros que pensam em Real, mas querem a velocidade e a programabilidade do dinheiro digital
Estrangeiros que querem acessar BRL, mas não conseguem abrir conta bancária local
O stablecoin se torna a ponte entre os dois mundos.
2. O principal caso de uso hoje: arbitragem e market-making
“Quem chega primeiro na arbitragem, leva tudo.”
— Thomaz Teixeira
BRL1 já está entre os ativos digitais mais negociados do Brasil porque os traders têm:
Zero slippage cambial comparado a stablecoins em USD
Execução mais rápida
Movimentos de liquidez mais eficientes entre exchanges
Para market makers, manter BRL on-chain reduz custos e melhora margens.
3. Como o BRL1 se encaixa no stack de fintech do Brasil
O Brasil possui uma das infraestruturas financeiras mais avançadas do mundo, Pix, open finance, regulação digital.
O BRL1 se beneficia diretamente disso:
Pix como camada de liquidação fiat
Open Banking permitindo reservas multi-banco
Transparência regulatória fortalecendo credibilidade e auditorias
Stablecoins não competem com o Pix — elas estendem o Pix para uma camada global e programável.
4. Yield: parte central da história das stablecoins em BRL
“Mesmo quando o usuário não recebe yield direto, o yield subsidia o ecossistema.”
— Thomaz Teixeira
Os juros estruturalmente altos do Brasil tornam ativos em BRL naturalmente atrativos.
Mesmo com limitações regulatórias, o yield:
Subsidia a infraestrutura
Remunera exchanges e market makers
Permite UX com menos taxas e fricção
5. CBDCs, Drex e stablecoins privadas
“Se algo, as CBDCs tornam as stablecoins ainda mais necessárias.”
— Thomaz Teixeira
Thomaz detalha a evolução do Drex:
Foco inicial em mercados financeiros tokenizados
Piloto baseado em versão permissionada do Hyperledger Besu
Mudanças recentes que levantam dúvidas sobre próximos passos
Para ele, stablecoins privadas, emitidas por instituições reguladas, continuarão essenciais para conectar ativos do mundo real, DeFi e mercados tokenizados.
6. Tokenização e mercados de capitais
O Brasil está se tornando um polo global de RWAs.
Muitas plataformas já usam stablecoins em BRL internamente para:
Liquidar operações
Manter colateral
Automatizar pagamentos
Sem a rede permissionada do Drex, conectar mercados hoje isolados (como autos, recebíveis, crédito corporativo) levará mais tempo.
7. Interoperabilidade e FX on-chain: BRL1, MXNB e USD
“Liquidez tem vida própria.”
— Thomaz Teixeira
A conversão BRL1 ↔ MXNB deve crescer, mas hoje:
Liquidez em USD ainda funciona como “ponte informacional”
Rotas BRL1 → USDC → MXNB podem continuar eficientes para grandes volumes
Stablecoins locais reduzem a dependência do USD de forma gradual
Ainda assim, poder mover BRL ↔ MXN sem bancos já é um enorme avanço.
BRL on-chain: tornando o Real sem fronteiras
O episódio chega a uma conclusão clara:
stablecoins em BRL não são apenas uma ferramenta, estão virando infraestrutura.
Elas ampliam o acesso ao mercado brasileiro, aumentam a eficiência da liquidez, permitem finanças programáveis e preparam o terreno para a próxima evolução dos ativos tokenizados.
“Estamos tornando o BRL sem fronteiras.”
— Thomaz Teixeira (BRL1)









