No quarto episódio da segunda temporada do Stable Talks powered by Bitso Business, Caio Barbosa (Co-Founder & CEO da Lumx) e Julián Colombo (Senior Director, South America na Bitso) recebem Ben Reid, Head of Stablecoins da Bitso e General Manager da Juno, para discutir um tema que vem ganhando força em toda a América Latina: o surgimento das stablecoins lastreadas em moedas locais.
A conversa explora por que stablecoins denominadas em pesos e reais estão começando a resolver problemas que as stablecoins em dólar não conseguem — desde acesso a mercado até eficiência de tesouraria — e como a regulação moldará o futuro desse movimento.
🎧 Ouça o episódio completo abaixo ou continue lendo para conferir os principais destaques.
Destaques da conversa
1. Por que as stablecoins locais importam
“Os mexicanos vivem em pesos. Pensam em pesos. Então, oferecer a eles um peso digital simplesmente faz sentido.”
— Ben Reid
Ben explica a tese central por trás da MXNB: as moedas locais também se beneficiam ao estar on-chain.
Diferente das stablecoins em dólar, elas desbloqueiam casos de uso nativos, que se conectam à forma como pessoas e empresas já operam — especialmente quando entram em novos mercados.
2. Acesso a mercado como o principal caso de uso
“Os ativos digitais eliminam a fricção que os trilhos fiduciários criam quando empresas tentam atender usuários locais.”
— Ben Reid
Muitas fintechs e exchanges querem atender usuários no México ou no Brasil, mas esbarram em barreiras regulatórias e licenças locais.
Uma stablecoin local permite que essas empresas:
Façam onboarding de usuários em sua moeda nativa;
Evitem conversões forçadas para dólar;
Operem sem precisar manter saldo em moeda local dentro do país.
O resultado: uma experiência de usuário melhor e uma entrada de mercado mais rápida.
3. Casos de uso emergentes: folha de pagamento, tesouraria e yield
“As empresas querem estar prontas quando os funcionários começarem a pedir para serem pagos em stablecoins locais.”
— Ben Reid
Ben compartilha tendências iniciais de adoção, incluindo:
Plataformas de folha de pagamento se preparando para suportar MXNB;
Empresas explorando rendimento em stablecoins lastreadas em real;
Times de tesouraria buscando versões on-chain das moedas que já utilizam.
4. Repensando o modelo de stablecoins e o FX on-chain
“Se as empresas pararem de converter para fiat na chegada, todo o modelo de stablecoin muda.”
— Ben Reid
Ben descreve como MXNB e BRL1 podem reduzir a fricção cambial, permitindo fluxos diretos entre emissores.
Isso abre caminho para novos modelos de pagamento, onde o custo se concentra no meio da operação — e não nas pontas — algo possível apenas com dinheiro programável.
5. Regulação: México, Brasil, El Salvador e o Genius Act
“A regulação é a chave. Sem clareza, nada escala.”
— Ben Reid
O episódio aborda:
A postura colaborativa do Brasil no avanço regulatório;
A abordagem cautelosa do México;
O papel de El Salvador como hub de emissão de stablecoins;
E o mecanismo de “passporting” do Genius Act, uma cláusula potencialmente transformadora que pode padronizar marcos regulatórios globais.
6. Fragmentação vs. consolidação
“A tentação de cada empresa lançar sua própria stablecoin é real, mas a consolidação é inevitável.”
— Ben Reid
Ben explica que não veremos milhares de stablecoins locais.
Em vez disso, poucos emissores fortes por moeda devem prevalecer — especialmente em mercados onde há uma dor real, como o papel do BRL1 na melhoria da liquidez e da formação de preços no ecossistema brasileiro, ainda fragmentado.
Stablecoins não dolarizadas: uma nova fase para a América Latina
Este episódio mostra que stablecoins em moedas locais não são apenas uma novidade, mas estão se tornando parte essencial da infraestrutura financeira.
Elas ampliam o acesso a mercados, reduzem fricções, criam novas oportunidades de rendimento e tornam os fluxos de pagamento mais eficientes.
“O mundo está indo para o on-chain — e não apenas em dólares.”
— Ben Reid (Bitso / Juno)






