No terceiro episódio da segunda temporada do Stable Talks, powered by Bitso Business, Caio Barbosa (Co-Founder & CEO da Lumx) e Julián Colombo (Senior Director, South America na Bitso) recebem Rachael Akalia, Regional Marketing Manager da Yellow Card, para uma conversa profunda sobre como a África está se tornando um dos mercados de stablecoins mais ativos e inovadores do mundo.
De Nigéria a África do Sul, o episódio explora como a Yellow Card evoluiu de uma exchange voltada ao varejo para uma infraestrutura B2B de pagamentos, viabilizando liquidações instantâneas entre fronteiras e ajudando empresas a movimentar milhões em stablecoins.
Rachael também discute como a regulação está moldando a adoção no continente, e por que a trajetória africana espelha o caminho trilhado pela América Latina.
🎧 Ouça o episódio completo abaixo ou confira os principais destaques da conversa:
1. Do gerenciamento de portfólios à infraestrutura cripto
“Comecei ajudando clientes de alta renda a gerenciar portfólios, agora ajudo empresas a movimentar milhões em stablecoins.”
— Rachael Akalia
Rachael compartilha sua jornada do setor financeiro tradicional para o universo cripto, ingressando na Yellow Card para liderar o marketing na África Ocidental e Francófona.
Ela explica como o foco da equipe mudou da educação e conscientização no modelo B2C para o crescimento orientado a produto no modelo B2B, ajudando empresas a usar stablecoins para movimentar valor real entre países.
2. De exchange de varejo a rede B2B de pagamentos
“Saímos de ajudar pessoas a guardar valor para ajudar empresas a liquidar faturas instantaneamente.”
— Rachael Akalia
A evolução da Yellow Card reflete uma tendência mais ampla nos mercados emergentes: a transição da adoção de varejo para a infraestrutura corporativa.
Rachael detalha como as novas APIs e ferramentas de tesouraria da empresa permitem que companhias enviem e recebam grandes pagamentos por meio de stablecoins, reduzindo taxas e atrasos associados aos sistemas tradicionais.
3. Regulação como ponto de virada
“Assim que a regulação entrou em vigor na Nigéria, os bancos mudaram de postura sobre cripto em 24 horas.”
— Rachael Akalia
O episódio mostra como a regulação pode acelerar ou travar a adoção cripto.
Na Nigéria, os novos marcos da SEC e do Banco Central abriram caminho para parcerias bancárias e maior confiança no setor, enquanto em Gana, a hesitação regulatória reduziu o ritmo do avanço.
Já a África do Sul começa a se destacar como modelo positivo, com uma abordagem proativa por meio de sandboxes regulatórios.
4. CBDCs vs. stablecoins
“A Nigéria lançou uma CBDC e ninguém usou. As pessoas já tinham stablecoins resolvendo seus problemas.”
— Rachael Akalia
Rachael compara a experiência africana com CBDCs à iniciativa DREX, no Brasil, discutida por Caio e Julián.
Ambos os casos mostram que as moedas digitais emitidas por governos têm dificuldade em competir com a flexibilidade e adoção das stablecoins privadas, especialmente em economias onde a inovação surge de baixo para cima.
5. Sinais globais: Genius Act, Clarity Bill e políticas pró-cripto
“Quando os EUA adotam uma postura pró-cripto, isso dá sinal verde para que os mercados emergentes inovem.”
— Rachael Akalia
A conversa conecta o avanço regulatório global, como os Genius Act e Clarity Bill nos EUA, a seus efeitos indiretos nos mercados emergentes.
Para a África, esse alinhamento com padrões internacionais pode acelerar a adoção corporativa e abrir espaço para novas parcerias internacionais.
6. A nova fronteira: integrações B2B e parceria com a Visa
“Nossa integração com a Visa mudou tudo — se a Visa confia na Yellow Card, as empresas também confiam.”
— Rachael Akalia
Rachael revela como a integração recente com a Visa se tornou um grande catalisador para o onboarding de empresas.
A parceria representa uma nova fase para as fintechs africanas, onde inovação local se une a redes globais de confiança.
África e América Latina: histórias paralelas de adoção
Caio e Julián traçam paralelos poderosos entre África e América Latina, regiões onde inflação, controle de capitais e acesso limitado ao sistema financeiro transformaram as stablecoins em ferramentas de necessidade, e não de especulação.
Do Brasil e suas experiências com tokenização à Nigéria e seu comércio internacional com stablecoins, a mensagem é clara: os mercados emergentes estão liderando a adoção real das stablecoins.
“Nunca houve um momento melhor para construir com stablecoins.”
— Caio Barbosa (Lumx)
Stablecoins: da sobrevivência à infraestrutura
O episódio mostra como as stablecoins evoluíram de instrumentos de proteção para se tornarem a espinha dorsal dos sistemas financeiros reais nos mercados emergentes.
Tanto na África quanto na América Latina, os próximos capítulos serão definidos pela combinação de regulação clara, adoção B2B e colaboração com o sistema financeiro tradicional.
“Quando movimentos como esse acontecem, você tem três opções: adotar, evoluir ou ficar para trás.”
— Rachael Akalia (Yellow Card)