A Stable News é a curadoria semanal da Lumx, empresa referência em tecnologia blockchain e infraestrutura de pagamentos digitais no Brasil e na América Latina, com foco em atualizações sobre stablecoins, tokenização e tendências regulatórias de impacto no sistema financeiro. Nesta edição, o destaque recai sobre os movimentos estratégicos de JP Morgan, PayPal, autoridades de Hong Kong e União Europeia, ilustrando a consolidação das stablecoins como ferramenta essencial para competitividade, eficiência e integração financeira global.
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JPMorgan e Wall Street adotam stablecoins como infraestrutura já em 2025
O JPMorgan sinaliza a integração definitiva das stablecoins ao sistema financeiro tradicional. Relatórios recentes projetam que ativos tokenizados e stablecoins deixaram de ser fenômenos paralelos para compor operações cotidianas, como colateral institucional e gestão de liquidez, impulsionados pela maior clareza regulatória.
O movimento inclui tokenização de dinheiro real: Goldman Sachs, BNY Mellon, BlackRock e Fidelity participam de iniciativas bilionárias para emitir versões digitais de fundos de money-market, ao mesmo tempo em que bancos passam a transformar shares digitais em instrumentos de margem. Esse cenário demonstra que “ativo digital” vai muito além do universo das criptomoedas, tornando-se infraestrutura tradicional reimaginada — com liquidez, interoperabilidade e eficiência global via blockchain.
Por que isso importa:
✅ Stablecoins devem liberar até US$ 75 bilhões em liquidez institucional nos próximos meses, impulsionando o uso de colateral digital.
✅ A competição entre fundos tokenizados e stablecoins institucionais inaugura uma nova categoria de “dinheiro digital regulado”.
✅ O mainstreaming da tokenização acelera a vantagem competitiva de bancos e gestores de ativos que se anteciparam à adoção desses modelos.
PayPal expande fronteiras e leva stablecoins e pagamentos cripto para o varejo global
A PayPal deu um passo histórico ao permitir que mais de 30 milhões de estabelecimentos nos EUA aceitem mais de 100 criptomoedas (incluindo stablecoins como USDT, USDC, PYUSD), com liquidação automática em dólar ou na própria stablecoin (PYUSD). Pequenos e grandes negócios incorporam a economia cripto sem exposição à volatilidade cambial, com taxas a partir de 0,99% — muito inferiores às de cartões tradicionais.
Além disso, a stablecoin PYUSD, já integrada às redes Ethereum e Solana, torna-se nativa na plataforma, oferecendo rendimento de 4% ao ano para comerciantes. A integração com wallets como Coinbase, Kraken e MetaMask facilita o acesso de 650 milhões de usuários globais e amplia a utilidade das stablecoins em pagamentos cotidianos e internacionais.
Por que isso importa:
✅ Stablecoins deixam o status de reserva de valor e tornam-se meio de pagamento corrente em grandes plataformas globais.
✅ Merchants passam a acessar liquidez instantânea e rendimento diretamente pela infraestrutura digital.
✅ A disputa entre infraestruturas tradicionais e rails cripto tende a favorecer soluções com mais liquidez, menor custo e maior integração regional e global.
Hong Kong inaugura regime robusto para stablecoins
A autoridade monetária de Hong Kong (HKMA) finalizou um dos regimes regulatórios mais detalhados do planeta para emissores de stablecoins, com entrada em vigor em 1º de agosto. O novo framework impõe requisitos rigorosos de compliance, governança e reservas, além de lançar um registro público oficial de emissores licenciados. Apesar da empolgação do mercado, a HKMA alertou que nenhuma licença foi concedida até agora, reforçando que só empresas em conformidade serão aprovadas na primeira leva.
A medida eleva Hong Kong ao patamar de vitrine asiática em estabilidade regulatória, alinhando seu modelo aos padrões globais do FSB e MiCA europeu.
Por que isso importa:
✅ Hong Kong assume liderança global em regulação de stablecoins, atraindo players institucionais e servindo de pilar para inovações no setor asiático.
✅ O regime impõe barreiras de governança, reduz riscos de fraudes e aproxima stablecoins do mainstream financeiro.
✅ Referências asiáticas fortalecem benchmarking para empresas brasileiras e latino-americanas interessadas em compliance avançado e integração internacional.
Soberania monetária em xeque: domínio do dólar com stablecoins preocupa a Europa
O Banco Central Europeu (BCE) publicou alerta sobre o impacto da dominância das stablecoins dolarizadas na zona do euro. Caso stablecoins atreladas ao dólar sejam amplamente adotadas para pagamentos e poupança, há risco de elevação nos custos de financiamento, redução da autonomia do Baco Central Europeu e dependência estratégica dos EUA. Enquanto Tether e USDC representam mais de 80% do mercado global de stablecoins, alternativas lastreadas em euro têm participação marginal.
O BCE destaca a urgência de acelerar projetos como o euro digital e fomentar stablecoins regionais, além de coordenar regulações globais para evitar arbitragem regulatória e instabilidade.
Por que isso importa:
✅ A disputa por fluxos monetários digitais impacta diretamente a autonomia e a estratégia dos grandes blocos econômicos.
✅ A ascensão de projetos regionais de stablecoin surge como contrapeso estratégico diante dos trilhos globais dolarizados.
✅ A coordenação internacional de regulações se torna fundamental para preservar a estabilidade financeira.
Stablecoins como inflexão estrutural: indústria se prepara para a virada
Relatório de mercado feito pela McKinsey & Company aponta que as stablecoins ainda representam menos de 1% dos fluxos financeiros globais, mas já movimentam, de forma exponencial, US$ 27 trilhões anuais. Grandes bancos, como JPMorgan, experimentam modelos híbridos de colateral, tokenização de depósitos e aplicações institucionais que vão de B2B à liquidação de capitais.
Em 2025, o avanço regulatório, os casos de uso concretos e o crescimento do segmento fortalecem stablecoins como solução para funding, gestão de tesouraria e reserva de valor, especialmente em mercados emergentes.
Por que isso importa:
✅ Instituições financeiras reconhecem as stablecoins como solução direta para pontos críticos do sistema tradicional: liquidez, custos e prazos.
✅ O avanço regulatório em blocos (EUA, Europa, Hong Kong, Singapura) catalisa ciclos de inovação e disputa por liderança.
✅ A interoperabilidade entre emissores privados, bancos centrais e consórcios é o novo diferencial competitivo global.
Lumx estreia como patrocinadora no Blockchain.RIO 2025
A Lumx confirma participação inédita como patrocinadora oficial do Blockchain.RIO 2025, evento que ocorrerá em 6 e 7 de agosto — referência na América Latina para discussões sobre blockchain, inovação financeira, stablecoins e tokenização. O encontro reúne líderes do setor, reguladores, desenvolvedores e empresas inovadoras para debater as tendências que estão remodelando os pagamentos e a infraestrutura financeira.
A presença da Lumx marca um novo capítulo para sua atuação regional, com oportunidades para divulgar iniciativas, debater as transformações das stablecoins na América Latina e interagir com clientes e parceiros. Detalhes sobre participação em painéis e informações sobre o estande institucional serão divulgados em breve.
A cada edição, fica mais claro que a transformação dos fluxos financeiros globais está em curso: stablecoins e tokenização deixaram o território das promessas para se tornar infraestrutura crítica. Bancos, fintechs, reguladores e grandes plataformas disputam posição nessa nova arquitetura, onde eficiência, compliance, inclusão e governança já definem as regras do jogo. Acompanhar essas tendências é fundamental para quem deseja antecipar oportunidades e compreender o impacto estrutural dessas mudanças na economia digital.
Nos vemos na próxima edição. Uma ótima semana e até breve.
