Stable News é a curadoria semanal da Lumx, dedicada a destacar os principais movimentos em stablecoins, tokenização e pagamentos digitais na economia global.
Esta edição marca um momento simbólico: enquanto a Lumx levanta US$ 3,4 milhões em rodada seed para fortalecer a infraestrutura de stablecoins na América Latina, o cenário internacional se movimenta em direção a uma disputa por moedas digitais soberanas.
Entre os destaques, um erro de US$ 300 trilhões na Paxos que virou exemplo de transparência on-chain, a União Europeia buscando competir com o dólar, o Japão lançando um stablecoin de iene, bancos globais testando padrões do G7 e a Coinbase expandindo seu foco corporativo com o USDC.
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Um giro pela Lumx
A Lumx anunciou o fechamento de uma rodada seed de US$ 3,4 milhões, liderada pela Indicator Capital e CMT Digital, com participação de Bitso, Nomad, Antler, Honey Island e outros parceiros estratégicos.
O investimento representa um marco na consolidação da infraestrutura de stablecoins na América Latina, e confirma o amadurecimento da região em tecnologia, liquidez e escala global.
Com o novo aporte, a Lumx concentrará esforços em ampliar licenças, fortalecer compliance e expandir conexões internacionais, mantendo sua essência: uma equipe enxuta, com autonomia para construir rápido e entregar com consistência.
O CEO da Lumx, Caio Barbosa, destacou que a conquista reflete a evolução do mercado latino-americano, onde bancos, fintechs e empresas já buscam integrar stablecoins de forma segura e regulada, algo que há poucos anos parecia distante.
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Além disso, foi revelada uma nova camada do Lumx Conference, evento exclusivo e por convite que acontecerá em 5 de novembro, em São Paulo, reunindo líderes de tecnologia, regulação e compliance. A conferência nasce como um espaço estratégico de diálogo sobre o futuro das stablecoins e a construção das bases regulatórias do setor.
[Saiba mais sobre o evento aqui.]
Por fim, um novo episódio da segunda temporada do Stable Talks powered by Bitso Business acaba de ser lançado. No episódio, Caio Barbosa e Julián recebem Rachael Akalia, Regional Marketing Manager na Yellow Card, para discutir como a África vem se tornando um dos ecossistemas mais dinâmicos do mundo em adoção de stablecoins e pagamentos digitais.
A conversa traz paralelos com a América Latina e destaca o papel das stablecoins como infraestrutura para resolver desafios reais, de inflação à liquidez, em mercados emergentes.
[Assista ao episódio completo aqui.]
Paxos e a lição por trás de um erro de US$ 300 trilhões
Um erro interno na Paxos levou à mintagem acidental de US$ 300 trilhões em PYUSD, o stablecoin emitido para o PayPal. O problema foi identificado e revertido em menos de 30 minutos, demonstrando a eficácia da transparência on-chain.
Mais do que um deslize técnico, o episódio reforça a diferença entre opacidade institucional e verificabilidade pública: no blockchain, até o erro é prova de maturidade, porque é visível, auditável e reversível.
Por que isso importa:
✅ A transparência do blockchain permite detectar e corrigir erros em minutos.
✅ Em contraste, falhas em bancos tradicionais podem levar meses para virem à tona.
✅ Mesmo em sistemas centralizados, a rastreabilidade pública segue como diferencial incomparável.
Europa quer competir com o dólar no campo das stablecoins
Após anos de cautela, a União Europeia passou a defender o fortalecimento de stablecoins lastreadas em euro como estratégia para conter a dominância dos ativos dolarizados.
Pierre Gramegna, diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade, afirmou que “a Europa não pode depender de stablecoins em dólar”, sinalizando uma guinada geopolítica no tema.
O movimento surge após o GENIUS Act, nos EUA, consolidar o dólar digital como padrão de mercado. Agora, o bloco europeu busca posicionar o euro como alternativa de peso no cenário financeiro digital.
Por que isso importa:
✅ Marca uma mudança de postura da Europa rumo a stablecoins soberanas.
✅ Mostra que a disputa monetária no ambiente digital é também geopolítica.
✅ O desafio europeu será equilibrar inovação com controle e credibilidade do euro.
Japão dá o exemplo: bancos se unem por um stablecoin de iene
Três dos maiores bancos japoneses, MUFG, Mizuho e Sumitomo Mitsui, anunciaram a criação de uma stablecoin lastreada em iene, operada pela plataforma Progmat Coin.
O projeto visa reduzir custos e agilizar liquidações corporativas, integrando blockchain diretamente às operações bancárias. A Mitsubishi Corporation será a primeira a adotar o ativo para transações internas entre suas subsidiárias.
Por que isso importa:
✅ O Japão avança em um modelo de stablecoins bancárias interoperáveis.
✅ A Ásia desponta como a primeira região a integrar stablecoins ao fluxo financeiro institucional.
✅ É um passo decisivo rumo à tokenização de transações corporativas.
Bancos globais unem forças em busca de um padrão G7
Um consórcio com dez dos maiores bancos do mundo, incluindo Goldman Sachs, Citi, Deutsche Bank e Santander, iniciou estudos para desenvolver stablecoins lastreadas nas moedas do G7.
O grupo planeja testar emissões em blockchains públicas, com foco em liquidez e conformidade, um movimento que reforça a integração entre o sistema bancário e a infraestrutura digital.
Por que isso importa:
✅ Representa o início da fase institucional das stablecoins.
✅ Mostra a convergência entre TradFi e DeFi.
✅ A nova disputa será por quem define os padrões, bancos globais ou emissores nativos.
Coinbase mira empresas com nova plataforma cripto
A Coinbase lançou o Coinbase Business, uma solução voltada a pequenas e médias empresas que combina pagamentos, liquidez em USDC e rendimento anual de até 4,1%.
A proposta funciona como uma “conta operacional cripto”, com integração a sistemas contábeis e liquidação instantânea. O movimento posiciona a Coinbase no mesmo terreno de fintechs como Brex e Mercury, mas com infraestrutura on-chain.
Por que isso importa:
✅ Expande o uso do USDC no mercado empresarial global.
✅ Oferece pagamentos e rendimentos reais em blockchain.
✅ Reconfigura o conceito de conta corporativa para o ambiente digital.
Entre erros de trilhões corrigidos em minutos, governos rediscutindo soberania monetária e bancos globais entrando no jogo, as stablecoins deixaram de ser um tema de nicho para se tornarem a infraestrutura central das finanças digitais.
O setor amadurece diante dos olhos do mercado, e cada novo movimento, seja de uma fintech ou de um regulador, reforça a transição de “cripto” para infraestrutura financeira global.
Até a próxima edição.





