
Stable News
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24 de jun. de 2025
JPMorgan, Coinbase e o dólar digital tokenizado em campo aberto
As principais notícias que mostram como bancos, Big Techs e reguladores estão consolidando as stablecoins como parte estrutural do sistema financeiro global.
A Stable News é a curadoria semanal da Lumx com os principais acontecimentos sobre o ecossistema de stablecoins e seu impacto no mercado financeiro digital. Nesta edição, destacamos os movimentos coordenados entre bancos e reguladores nos EUA, os avanços da Coinbase no e-commerce, e a reação institucional frente à expansão do USDT na América Latina.
Tempo de leitura: 6 minutos
JP Morgan lança JPMD e acelera a disputa pelo dólar digital
O JP Morgan protocolou oficialmente a marca "JPMD", destinada a serviços de pagamentos e ativos digitais. A leitura do mercado é quase unânime: trata-se de um novo movimento rumo à emissão de uma stablecoin própria, com potencial de interoperabilidade maior que o JPM Coin — token usado hoje em ambiente permissionado na blockchain Kinexys.
Esse registro, que pode significar "JPM Dollar", ocorre poucos dias após a fala do CEO do Bank of America sobre lançar uma stablecoin assim que houver base legal — destaque da nossa última edição. Junto com Citi e Wells Fargo, os maiores bancos dos EUA estão operando em sincronia. A disputa pela emissão do dólar digital não é mais uma tese de futuro. Está em campo aberto — e cada sigla registrada carrega o peso de uma estratégia monetária institucional.
Por que isso importa:
✅ A marca JPMD pode ser o primeiro passo para uma stablecoin interoperável emitida por um banco sistêmico global, algo que amplia o escopo do JPM Coin e se encaixa em trilhos públicos ou híbridos.
✅ O timing do registro, em paralelo ao avanço do Genius Act, revela a intenção dos grandes bancos de garantir protagonismo antes que players cripto nativos consolidem o mercado.
✅ A articulação entre bancos para construção de stablecoins próprias sugere que a próxima fase do dólar digital será definida não por emissores únicos, mas por consórcios bancários com infraestrutura comum.
Genius Act aprovado no Senado: marco regulatório das stablecoins nos EUA
O Senado americano aprovou, por 68 votos a 30, o Genius Act, o primeiro projeto de lei nos EUA a regular especificamente stablecoins. O projeto estabelece exigências sobre composição de reservas, auditoria e custódia dos ativos. Além disso, limita a emissão de stablecoins por Big Techs que rastreiem dados financeiros dos usuários sem consentimento.
O texto segue para votação na Câmara, mas já tem apoio da maioria governista. A aprovação no Senado ocorre após semanas de pressão política e lobby institucional, com destaque para a atuação da Coinbase e da organização Stand With Crypto.
Por que isso importa:
✅ Define um marco legal para emissão de stablecoins nos EUA, com impacto direto em emissores como Circle e iniciativas bancárias como JPMD e futuras stablecoins do BofA ou Citi.
✅ A inclusão de regras específicas para Big Techs é uma resposta ao receio de que empresas com acesso a dados financeiros e comportamentais dominem a emissão de moedas privadas.
✅ O avanço do Genius Act inaugura um novo capítulo na integração entre regulação, emissão institucional e liquidação tokenizada do dólar.
Coinbase lança solução de pagamentos com stablecoins no e-commerce
A Coinbase anunciou um novo serviço de pagamentos com stablecoins voltado para plataformas de e-commerce como Shopify e eBay. A solução permite liquidação instantânea com USDC na Base, rede Layer 2 da Coinbase, com foco em pequenas e médias empresas.
O sistema foi desenhado para se integrar aos fluxos já existentes de pagamento, replicando a experiência de cartões de crédito, mas sem as taxas tradicionais e com liquidação on-chain. O projeto também conta com colaboração da Stripe e do protocolo aberto Commerce Payments Protocol, desenvolvido para tornar transações mais seguras e auditáveis.
Por que isso importa:
✅ A Coinbase está construindo uma infraestrutura B2B que leva stablecoins diretamente ao ponto de venda digital, reduzindo intermediários e aumentando a eficiência de pagamentos online.
✅ A parceria com Shopify e Stripe amplia o acesso de milhares de lojas a um rail financeiro baseado em USDC, com potencial para se tornar um novo padrão de pagamentos digitais.
✅ O movimento mostra que a adoção de stablecoins no varejo não depende apenas de regulação, mas de soluções que simplifiquem a integração técnica e melhorem a experiência do lojista e do consumidor.
Bolívia libera uso do USDT: um novo capítulo para stablecoins na América Latina
O Banco Central da Bolívia emitiu uma resolução autorizando oficialmente o uso de stablecoins como o USDT (Tether) para transações internacionais. A medida marca uma virada na política monetária do país, que até então mantinha uma postura conservadora em relação a criptoativos. A nova diretriz visa facilitar importações, remessas e pagamentos cross-border em meio a uma crise de escassez de dólares no país.
Por que isso importa:
✅ A decisão coloca a Bolívia no grupo de países latino-americanos que estão institucionalizando stablecoins como alternativas viáveis ao dólar físico.
✅ Reforça a tese de que, em contextos de restrição cambial, stablecoins se tornam instrumentos pragmáticos de política econômica.
✅ Adoções locais como essa criam precedentes regulatórios e impulsionam a demanda por infraestrutura de liquidação em stablecoins na região.
Walmart e Amazon demonstram interesse por stablecoins em meio ao avanço regulatório nos EUA
Reportagens recentes apontam que gigantes do varejo como Walmart e Amazon estariam monitorando de perto o avanço do GENIUS Act, projeto de lei que regula o uso de stablecoins nos EUA. A movimentação acontece em paralelo à expansão de players como Coinbase e Stripe em soluções de pagamento com stablecoins, o que sugere uma corrida silenciosa por adoção em larga escala no e-commerce.
Por que isso importa:
✅ A entrada de big techs e varejistas no debate sobre stablecoins reforça o potencial do setor como camada operacional do comércio digital.
✅ A regulação proposta pelo GENIUS Act limita a emissão de stablecoins por empresas que comercializam dados financeiros dos usuários, o que impõe desafios, mas também obriga ajustes estratégicos dessas plataformas.
✅ O interesse de Amazon e Walmart revela um shift institucional: não se trata mais de testar cripto, mas de entender como ela pode integrar-se à estrutura central do varejo global.
Stablecoins em campo aberto: a infraestrutura digital em movimento
As últimas semanas deixaram claro que stablecoins não são mais uma aposta futura, são uma camada viva da transformação financeira em curso. De bancos tradicionais a big techs, de legislações nacionais a novos produtos de consumo, o ecossistema está se consolidando como pilar estrutural da nova economia digital. A disputa agora é por protagonismo na construção dos trilhos que vão sustentar essa próxima fase: interoperáveis, regulados, programáveis.
Na Lumx, seguimos acompanhando e traduzindo esses movimentos em soluções práticas para nossos parceiros e clientes. Acompanhe as próximas edições da Stable News e fique por dentro dos avanços que estão moldando o futuro dos pagamentos digitais.
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