Stable News: Da regulação à tesouraria — Stablecoins em prática

A Stable News é a curadoria semanal da Lumx com os principais acontecimentos sobre o ecossistema de stablecoins e seu impacto no mercado financeiro digital. Nesta edição, destacamos os avanços regulatórios nos EUA, o novo patamar do IPO da Circle, o funcionamento e benefícios de cartões corporativos lastreados em stablecoins, além da crescente tendência de alocação institucional em Bitcoin, de empresas privadas a propostas de reservas nacionais.

Tempo de leitura: 5 minutos

Staking fora da mira da SEC: novos caminhos para o mercado americano

A SEC publicou novas orientações retirando o staking de protocolos nativos como self-staking e non-custodial do escopo de valores mobiliários. A medida, embora ainda de caráter técnico, representa uma mudança importante no tom regulatório nos EUA.

Para o Brasil e outros países que estão desenhando seus próprios marcos regulatórios, a decisão pode servir de referência. A diferenciação entre infraestrutura de rede e serviços com intermediação financeira traz mais clareza e favorece a inovação supervisionada.

Por que isso importa:

✅ Abre espaço para novos produtos estruturados em staking, com foco em instituições.
✅ Reforça o staking como infraestrutura técnica e não como produto de investimento.
✅ Pode inspirar abordagens regulatórias diferenciadas em outros países.

Stablecoins sob a lupa: volume trilionário, uso ainda concentrado

Um novo relatório global (“The Future of Stablecoins”) feito em parceria entre M0 e Artemis, analisou o comportamento real de uso das stablecoins e destacou um contraste importante: apesar de movimentarem mais de US$ 27 trilhões em 2024 superando os volumes somados de Visa e Mastercard, seu uso permanece concentrado em operações institucionais e arbitragem, com pouca penetração no varejo ou em fluxos cotidianos.

A análise reforça que, embora a infraestrutura esteja estabelecida, a adoção massiva ainda esbarra em desafios de distribuição, experiência do usuário e integração com sistemas financeiros locais.

Por que isso importa:

✅ Destaca o papel das stablecoins como instrumento financeiro robusto, mas ainda subutilizado na ponta.
✅ Abre oportunidades para novos produtos voltados a uso real, como remessas, supply chain e pagamentos B2B.
✅ Reforça a importância de UX, compliance e conectividade local para ampliar a adoção.

Circle amplia meta de IPO: confiança renovada do mercado institucional

Após protocolar seu pedido de IPO, a Circle aumentou sua meta de captação para US$ 896 milhões, ampliando o número de ações e a faixa de preço sugerida. A decisão reflete o interesse crescente do mercado, com nomes como a BlackRock considerando participação relevante na oferta.

Esse movimento reforça o papel da Circle como uma das principais emissoras de stablecoin do mundo, e marca um avanço importante na integração entre ativos digitais e o mercado de capitais tradicional.

Por que isso importa:

✅ O USDC consolida-se como stablecoin com forte lastro institucional e transparência regulatória.
✅ O IPO pode abrir caminhos para outros emissores acessarem o mercado público.
✅ A movimentação sinaliza maior maturidade do mercado e alinhamento entre inovação e governança.

Cartões corporativos com stablecoins: eficiência financeira em escala

Cartões corporativos lastreados em stablecoins estão ganhando destaque como solução de pagamentos para empresas que operam globalmente. Em artigo recente, foi detalhado como modelos como Bridge (custodial) e Baanx (self-custodial via smart contracts) permitem conversão automática de stablecoins em moeda local no ponto de venda, via rede Visa.

Essa abordagem conecta diretamente carteiras digitais ao sistema financeiro tradicional, reduzindo fricções operacionais em despesas, folha de pagamento e gestão de tesouraria.

Por que isso importa:

✅ Elimina intermediários bancários e acelera a liquidação de pagamentos.
✅ Amplia o uso prático de stablecoins como infraestrutura financeira.
✅ Permite maior controle de gastos e inclusão de empresas em regiões com baixa bancarização.

Bitcoin em tesouraria: de empresas a governos, uma tendência em expansão

Trump Media, Méliuz, PSG, GameStop e até membros do governo americano anunciaram iniciativas para integrar Bitcoin como ativo de reserva. Com estratégias distintas  de posicionamento institucional a proteção contra volatilidade cambial  esses movimentos mostram a institucionalização do Bitcoin como parte de políticas financeiras e de marca.

Embora o foco da newsletter sejam as stablecoins, o avanço do Bitcoin em tesourarias corporativas impacta diretamente a percepção sobre cripto como um todo. Isso tende a reforçar o papel das stablecoins como ponte operacional e infraestrutura de liquidez nesse novo ciclo.

Por que isso importa:

✅ Eleva o nível de maturidade institucional no uso de criptoativos.
✅ Estimula stablecoins como camada de intermediação entre ativos digitais e operações reais.
✅ Amplia o debate sobre governança, contabilidade e reservas estratégicas em ativos digitais.

Lumx na Stablecon 2025: onde as conversas moldam o futuro

A Lumx esteve presente na Stablecon 2025, realizada em Nova York. Com um formato interessante:  sem estandes, apenas um palco principal e espaços livres para networking, o evento reuniu emissores, reguladores e instituições do mundo todo em conversas de alto nível.

O sentimento predominante foi claro: bullish. De bancos centrais a startups, o consenso era de otimismo informado, ancorado na convicção de que stablecoins já não são apenas uma promessa e sim uma camada real da nova infraestrutura global de pagamentos, como você pode conferir no vídeo abaixo feito pelo nosso co-Founder e CEO, Caio Barbosa.

📺 Assista o vídeo

O mercado de stablecoins segue se consolidando como infraestrutura crítica do sistema financeiro digital

Na Lumx, acompanhamos de perto essa transição e seguimos comprometidos com a construção de soluções que conectem inovação tecnológica às necessidades reais do mercado.