Consórcios de Inteligência e Tokenização

Stable News é a curadoria semanal da Lumx sobre os principais movimentos no ecossistema de stablecoins e seu impacto no mercado financeiro digital.

Tempo de leitura: 7 minutos

Stripe lança pacote de IA para performance de pagamentos

A Stripe apresentou sua nova Payments Intelligence Suite, um pacote de produtos que utiliza inteligência artificial para otimizar decisões de autorização, disputas e prevenção a fraudes. Entre os destaques, está o Payments Foundation Model, um modelo transformer treinado em dezenas de bilhões de transações.

Em testes com grandes clientes, a detecção de ataques de card testing aumentou de 59% para 97% da noite para o dia.

Por que isso importa:

✅ IA deixa de ser apenas uma camada analítica e passa a operar no core da infraestrutura financeira.
✅ Stripe caminha para se tornar um “modelo de fundação” do sistema financeiro digital.
✅ O mercado de adquirência e processamento pode viver um novo ciclo de diferenciação por inteligência e performance.

Circle mira IPO, mas mantém portas abertas para venda

Fontes revelaram que a Circle, emissora da stablecoin USDC, mantém conversas informais com Coinbase e Ripple sobre uma possível aquisição, mesmo após protocolar seu pedido de IPO. A empresa busca uma avaliação de US$ 5 bilhões e já teria recusado uma oferta da Ripple entre US$ 4–5 bi.

A relação com a Coinbase é especialmente próxima: a exchange recebe 100% da receita sobre os juros de reservas do USDC armazenado em sua plataforma e possui direito de veto sobre novas parcerias estratégicas da Circle.

Por que isso importa:

✅ O mercado de stablecoins tende à consolidação: poucos emissores globais, integração com exchanges e regulação apertando. O USDC pode ser o primeiro grande caso.
✅ A decisão entre IPO ou venda será um marco para o setor.
✅ A Circle é um ativo estratégico não só financeiro, mas regulatório  com efeitos diretos no futuro do USDC.

Citi, JPMorgan e BofA articulam consórcio para stablecoin bancária

Grandes bancos dos EUA avaliam criar uma joint venture para emissão de uma stablecoin institucional pareada ao dólar. O grupo reúne JPMorgan, Citi, Bank of America e Wells Fargo e pode incluir fintechs e empresas de meios de pagamento.

A proposta vem na esteira do avanço do GENIUS Act, projeto de lei que pode ser sancionado por Trump ainda em 2025 e que daria uma base legal clara para emissores nos EUA.

Por que isso importa:

✅ Um consórcio bancário para stablecoins seria um novo tipo de infraestrutura crítica nos EUA.
✅ A disputa por hegemonia do dólar digital está oficialmente aberta — e envolve big banks, fintechs e governo.
✅ O movimento pode acelerar o ingresso das instituições tradicionais no mercado de stablecoins.

Kraken lançará ações tokenizadas na Solana

A exchange vai permitir que clientes fora dos EUA negociem ações americanas tokenizadas como ativos digitais na Solana, via parceria com a Backed. O produto chamado xStocks  começará com mais de 50 ações e ETFs.

Segundo a Kraken, as ações serão representadas por tokens SPL (padrão da Solana), poderão ser negociadas 24/7 e usadas como colateral em aplicações DeFi.

Por que isso importa:

✅ Tokenização passa a ter um caso de uso claro para equities com liquidez global.
✅ A Solana ganha força como rede para RWAs, com foco em performance e baixa latência.
✅ xStocks podem transformar ações em instrumentos programáveis, acessíveis e integráveis com o ecossistema cripto.

Visa publica relatório global sobre stablecoins

O estudo “Stablecoins and the Future of Onchain Finance” traz dados inéditos sobre o uso real de stablecoins:

✅ US$ 6,4 trilhões em volume ajustado no último ano (+63% YoY)
✅ 40 milhões de endereços únicos em março/25
✅ Solana lidera adoção, ultrapassando Ethereum
✅ Mais de 1,4 bilhão de pessoas vivem sob inflação acima de 10%
✅ Casos reais incluem remessas, B2B, tesouraria corporativa e on/off ramps

Visa já permite liquidação com stablecoins sete dias por semana e lançou um piloto com o BBVA para emissão de stablecoins próprias.

O que chama atenção é como a Visa enxerga as stablecoins como nova camada de infraestrutura  e não como ameaça ao sistema financeiro. Um posicionamento que vem sendo reiterado por meio de parcerias, produtos e dados.

Stable Talks #5: da Ásia para a LatAm com Arthur Ribeiro, da Reap

No novo episódio do Stable Talks, Caio Barbosa conversa com Arthur Ribeiro (Head de LatAm da Reap) sobre como a empresa está construindo infraestrutura de pagamentos baseada em stablecoins entre Ásia e América Latina.

Temas abordados:

✅ Como a Reap viabiliza pagamentos cross-border e cartões corporativos colateralizados em stablecoins.
✅ As ineficiências dos sistemas tradicionais como o Swift e a oportunidade que as stablecoins trazem em velocidade e custo.
✅ Os desafios e oportunidades de operar sob regulações emergentes na região
✅ A comparação entre os ecossistemas de stablecoins na Ásia e na América Latina.

▶️ Ouça o Episódio 5 – Da Ásia para a LatAm: [Link]

A era das stablecoins inteligentes e interoperáveis está por vir
Nesta edição, vimos como os principais players  de Stripe a Citi, de Kraken a Visa estão deixando de tratar stablecoins como tendência para incorporá-las como infraestrutura. Com IA, tokenização, regulação e novos modelos operacionais, estamos entrando em uma fase mais madura e conectada do ecossistema financeiro digital.

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